Léo Cunha*
Cada nova temporada reaviva os debates sobre as listas de “melhores do ano”, com posts que debatem, elogiam, criticam, problematizam as listas e os prêmios.
Minha posição, com relação a premiações – sejam no cinema, na música, na literatura, ou em que área for – é de que quanto mais listas diferentes, melhor! Sempre digo isso aos meus alunos de Jornalismo Cultural.
Nenhuma lista é um veredito, uma declaração absoluta de qualidade. Pelo contrário: cada uma tem (e deve ter mesmo) o seu viés, que depende de vários fatores:
– o tamanho da lista
– o número de jurados
– o perfil dos jurados
– a ligação maior com o mercado ou com a academia
– o processo de inscrição e/ou recolhimento das obras
– um eventual viés regional
– etc e tal
Uma lista ideal seria a mescla de todas elas.
No caso da literatura infantil – campo que acompanho com mais atenção – temos, a cada ano, pelo menos 6 listas interessantes, de alcance nacional:
– Os premiados pela FNLIJ (melhores do ano e altamente recomendáveis, que geralmente se refletem no Catálogo para a Feira de Bolonha)
– Os premiados pela Cátedra Unesco/PUC-Rio (seleção e distinção)
– Os finalistas do Prêmio Jabuti
– Os finalistas do Prêmio Aeilij
– Os melhores do ano segundo a revista Crescer
– Os melhores do ano segundo a revista Emilia
Além destas, que são mais amplas, temos ainda listas mais restritas, como os finalistas do Prêmio Biblioteca Nacional, a lista da APCA, os premiados da Associação Gaúcha de Escritores, listas publicadas por jornais e blogs, entre outros.
Quem gosta de literatura infantojuvenil e deseja acompanhar as obras de destaque, a cada ano, pode acompanhar estas listas (e outras mais que apareçam), criando um diálogo entre elas. Uma lista completa a outra, a outra “corrige” a uma.