Lobato 70 anos! O presente quem oferece ,hoje, é ele: o passaporte para o domínio público! E nós lhe retribuímos com a definitiva admissão de que seus livros são tanto para crianças adolescentes, como para adultos carentes de orientação lúdica, inteligente para “enfrentar” o novo espírito curioso e desafiador da infância e adolescência.
Lobato, que além de escritor, editor, “livreiro”, se dispôs a mostrar que o leitor efetivo saída leitura para a vida em ação, por palavras e atos; envolveu-se com a defesa de uma escola nova, de uma educação dialogada, da responsabilidade cívica, de um país leitor!
A crise em que estamos mergulhados, envolvendo diretamente a Petrobrás, seu sonho de empresário politicamente ousado, nos lembra que nenhum dos poços descobertos leva seu nome, porque os donos do poder lêem pouco. Saber, sabedoria, não rima com poderio. O poder que não é serviço, privatiza os louros.
Entre seus equívocos, não estava certamente o de usar seu prestígio de escritor para tirar vantagens/cargos pessoais. Onde esteve, dentro e fora do Brasil, tentou abrir caminhos para que a leitura do mundo e da história fossem palatáveis ao gosto da descoberta da vida e suas manifestações culturais.
Lobato ensinou à geração que chegou ao Hans Christian Andersen no final do sec. XX a atravessar a repressão das ideias e do verbo, e que a literatura, sem ser objeto de manobras, é porta-voz de mundos, que fingidos, são os reais, verdadeiramente.
Aleluia, Lobato!